sexta-feira, 8 de junho de 2012
A Lenda do Mapinguari
O QUE É E ORIGEM
O Mapinguari é um ser do mundo das fadas da selva Amazônica. Uma espécie de “monstro” lendário que muito se aproxima a um grande macaco de longa pelagem castanha escura. Sua pele assemelha-se ao couro do jacaré, com garras e uma armadura feita do casco da tartaruga. Seus pés têm formato de pilão e com uma boca tão grande que em vez de terminar no queixo estende-se até a barriga. É quadrúpede, mas, quando em pé, alcança facilmente dois metros de altura.
O Mapinguari, também é conhecido pelos nomes de pé de garrafa, mão de pilão e juma. A lenda sobre a “besta malcheirosa” é uma das mais difundidas pelos indígenas.
A simples menção ao nome do Mapinguari é suficiente para dar calafrios na espinha da maioria daqueles que habitam a floresta.
Os cientistas que foram à Amazônia em busca do Mapinguari não tiveram sucesso. Entretanto, o ornitólogo estadunidense David Oren, ex-diretor de pesquisa no Museu Emílio Goeldi, em Belém, acredita que a lenda do Mapinguari é baseada no contato de humanos com os últimos representantes de preguiças-gigantes e que, talvez, ainda existissem na Amazônia. Procurou-os por mais de vinte anos, sem resultado.
Seria um mamífero pré-histórico, de mais de 12 mil anos, remanescente dos antigos bichos preguiça gigante. Talvez seja o último representante da fauna gigante da Amazônia brasileira.
Outros acreditam na origem do monstro num velho pajé amaldiçoado e condenado a viver para sempre vagando pelas selvas e nessa forma aterrorizante. Outros, ainda, justificam sua origem em índios com idade avançada e que foram desprezados por suas tribos.
RELATOS E INFORMAÇÕES
Foram coletados relatos de índios em pontos remotos da mata nos estados de Rondônia, Amazônia e Pará, bem como de garimpeiros e nativos que avistaram a fera, com mais frequência durante o dia. Há quem diga que o Mapinguari só anda pelas florestas de dia, guardando a noite para dormir. Relatos outros informam que ele só aparece nos dias santos e feriados.
Sua presença na floresta é marcada por gritos e um rastro de destruição.
Os relatos são semelhantes e afirmam que, ao depararem com o tal Mapinguari, o mesmo assume postura bípede e ameaçadora, exibindo suas robustas garras. Nos relatos de alguns índios a confirmação da eliminação de um fedor, que dizem originar-se na barriga.
Ao andar pelas selvas, emite um grito semelhante ao dado pelos caçadores. Se um deles se encontra perto, pensando que é outro caçador e vai ao seu encontro, acaba perdendo a vida.
O Mapinguari, segundo informações jornalísticas, teria devorado vários indígenas no estado do Acre nos anos 80. Segundo alguns cronistas, o Mapinguari se alimenta apenas da cabeça das pessoas. Segundo outros, devora-as por inteiro, arrancando-lhes grandes pedaços de carne, mastigando-as como se masca fumo.
Contam também histórias de grandes combates entre o Mapinguari e valentes caçadores, porém o Mapinguari sempre leva vantagem e os caçadores felizardos, que conseguem sobreviver, muitas vezes lamentam a sorte: ficam aleijados ou com terríveis marcas no corpo para o resto de suas vidas.
Se pretenderes ir ao interior para conhecer as belezas da floresta amazônica, vai, mas com muito cuidado. Pois, além das belezas podes dar de frente com uma de suas assombrações, como o Mapinguari.
terça-feira, 29 de maio de 2012
A lenda do Açaí
O Açaí é um fruto típico da Amazônia que há vários séculos faz parte da
vida dos povos da floresta, mas recentemente seu valor ultrapassou essas
fronteiras e chegou a todas as partes do Brasil e em diversas
localidades do mundo.
Nas grandes cidades o uso do Açaí se tornou um modismo, pois nos dias de hoje é cada vez mais freqüente a valorização da beleza e da juventude. Assim, o Açaí se tornou um referencial de dieta saudável, redução de peso, rejuvenescimento e afrodisíaco.
Contudo, entre os povos da floresta as relações que eles estabelecem com a natureza se fixam em valores e conceitos diferentes daqueles que as pessoas das cidades têm. As comunidades tradicionais e os povos indígenas fazem uso dos recursos à sua volta (água, plantas, animais etc.) por meio de associações simbólicas que são muitas vezes expressas em mitos e lendas.
A “Lenda do Açaí” é um dos inúmeros exemplos que demonstram o modo de vida especial que os povos nativos da Amazônia possuem com o meio ambiente.
Assim diz a “Lenda do Açaí”: num passado muito distante, vivia no coração da floresta uma aldeia indígena muito numerosa. Naquela época ocorreu uma fase de grande escassez de alimentos de modo que os índios sofreram muito. Por essa razão, o líder dos índios (conhecido como cacique) teve que tomar uma decisão drástica. Ele decidiu fazer um controle populacional com objetivo de diminuir a fome de seu povo. Ele pensava que com menos pessoas para alimentar seria mais fácil enfrentar aquele período de penúria. Portanto, o cacique determinou que todas as crianças que nascessem a partir daquela data seriam sacrificadas.
Contudo, a filha mais nova do cacique, a bela “Iaçá”, deu a luz a um gracioso menino que, infelizmente, teve o mesmo destino cruel das outras crianças.
Por causa disso, a jovem índia chorava todas as noites com muitas saudades de seu filho, até que numa noite de lua cheia, a índia ouviu o choro de uma criança que se parecia bastante com o choro de seu filho. Ela se levantou rapidamente e saiu à procura do menino até que chegou perto de uma belíssima palmeira.
Quando a índia chegou ao local, seu filho a esperava ao pé da palmeira, com um largo sorriso no rosto e com braços abertos. Cheia de alegria, a índia “Iaçá” correu para abraçá-lo, mas quando o fez, a criança desapareceu num piscar de olhos. No dia seguinte, a índia foi encontrada morta, abraçada ao tronco da palmeira. Seu rosto trazia um suave sorriso de felicidade e seus olhos negros, ainda abertos, fitavam o alto da palmeira que estava carregada de frutinhos escuros.
Comovido com tudo aquilo, o cacique ordenou que os indígenas apanhassem os frutinhos e percebeu que deles poderia se extrair um suco quando amassados, que passou a ser a principal fonte de alimento daquela aldeia. Este achado fez com que o cacique suspendesse os sacrifícios e as crianças voltaram a nascer livremente, pois a alimentação já não era mais problema na aldeia.
Para agradecer aquela benção recebida e também para homenagear sua filha, o cacique batizou com o nome de “Açaí” aos frutinhos encontrados na palmeira, que é justamente o nome de “Iaçá” ao contrário.
Para muita gente, as lendas e mitos são simples bobagens, mas ao olharmos com mais detalhes para o modo de vida das comunidades onde essas narrativas nascem podemos extrair grandes lições. No caso da “Lenda do Açaí” é possível ver uma série de valores que servem para unir o grupo, reforçando laços de afinidade, a esperança num futuro melhor, incentivando à crença na provisão divina e reforçando a busca de alternativas para superar dificuldades individuais e coletivas.
Conhecer uma Lenda como essa nos leva pensar um pouco, pois enquanto que muitos de nós, capitalistas urbanos, buscamos consumir o Açaí simplesmente pelas suas propriedades nutricionais ou só para “estar na moda”, é importante entender outros valores que levam os povos da floresta apreciar esse delicioso alimento.
Nas grandes cidades o uso do Açaí se tornou um modismo, pois nos dias de hoje é cada vez mais freqüente a valorização da beleza e da juventude. Assim, o Açaí se tornou um referencial de dieta saudável, redução de peso, rejuvenescimento e afrodisíaco.
Contudo, entre os povos da floresta as relações que eles estabelecem com a natureza se fixam em valores e conceitos diferentes daqueles que as pessoas das cidades têm. As comunidades tradicionais e os povos indígenas fazem uso dos recursos à sua volta (água, plantas, animais etc.) por meio de associações simbólicas que são muitas vezes expressas em mitos e lendas.
A “Lenda do Açaí” é um dos inúmeros exemplos que demonstram o modo de vida especial que os povos nativos da Amazônia possuem com o meio ambiente.
Assim diz a “Lenda do Açaí”: num passado muito distante, vivia no coração da floresta uma aldeia indígena muito numerosa. Naquela época ocorreu uma fase de grande escassez de alimentos de modo que os índios sofreram muito. Por essa razão, o líder dos índios (conhecido como cacique) teve que tomar uma decisão drástica. Ele decidiu fazer um controle populacional com objetivo de diminuir a fome de seu povo. Ele pensava que com menos pessoas para alimentar seria mais fácil enfrentar aquele período de penúria. Portanto, o cacique determinou que todas as crianças que nascessem a partir daquela data seriam sacrificadas.
Contudo, a filha mais nova do cacique, a bela “Iaçá”, deu a luz a um gracioso menino que, infelizmente, teve o mesmo destino cruel das outras crianças.
Por causa disso, a jovem índia chorava todas as noites com muitas saudades de seu filho, até que numa noite de lua cheia, a índia ouviu o choro de uma criança que se parecia bastante com o choro de seu filho. Ela se levantou rapidamente e saiu à procura do menino até que chegou perto de uma belíssima palmeira.
Quando a índia chegou ao local, seu filho a esperava ao pé da palmeira, com um largo sorriso no rosto e com braços abertos. Cheia de alegria, a índia “Iaçá” correu para abraçá-lo, mas quando o fez, a criança desapareceu num piscar de olhos. No dia seguinte, a índia foi encontrada morta, abraçada ao tronco da palmeira. Seu rosto trazia um suave sorriso de felicidade e seus olhos negros, ainda abertos, fitavam o alto da palmeira que estava carregada de frutinhos escuros.
Comovido com tudo aquilo, o cacique ordenou que os indígenas apanhassem os frutinhos e percebeu que deles poderia se extrair um suco quando amassados, que passou a ser a principal fonte de alimento daquela aldeia. Este achado fez com que o cacique suspendesse os sacrifícios e as crianças voltaram a nascer livremente, pois a alimentação já não era mais problema na aldeia.
Para agradecer aquela benção recebida e também para homenagear sua filha, o cacique batizou com o nome de “Açaí” aos frutinhos encontrados na palmeira, que é justamente o nome de “Iaçá” ao contrário.
Para muita gente, as lendas e mitos são simples bobagens, mas ao olharmos com mais detalhes para o modo de vida das comunidades onde essas narrativas nascem podemos extrair grandes lições. No caso da “Lenda do Açaí” é possível ver uma série de valores que servem para unir o grupo, reforçando laços de afinidade, a esperança num futuro melhor, incentivando à crença na provisão divina e reforçando a busca de alternativas para superar dificuldades individuais e coletivas.
Conhecer uma Lenda como essa nos leva pensar um pouco, pois enquanto que muitos de nós, capitalistas urbanos, buscamos consumir o Açaí simplesmente pelas suas propriedades nutricionais ou só para “estar na moda”, é importante entender outros valores que levam os povos da floresta apreciar esse delicioso alimento.
A lenda de Tampa-Tajá
Na
tribo Macuxi havia um índio forte e muito inteligente. Um dia ele se
apaixonou por uma bela índia de sua aldeia. Casaram-se logo depois e
viviam muito felizes, até que um dia a índia ficou gravemente doente e
paralítica.
O
índio Macuxi, para não se separar de sua amada, teceu uma tipóia e
amarrou a índia à sua costa, levando-a para todos os lugares em que
andava. Certo dia, porém, o índio sentiu que sua carga estava mais
pesada que o normal e, qual não foi sua tristeza, quando desamarrou a
tipóia e constatou que a sua esposa tão querida estava morta.
O índio foi à floresta e cavou um buraco à beira de um igarapé.
Enterrou-se junto com a índia, pois para ele não havia mais razão para continuar vivendo.
Algumas
luas se passaram. Chegou a lua cheia e naquele mesmo local começou a
brotar na terra uma graciosa planta, espécie totalmente diferente e
desconhecida de todos os índios Macuxis. Era a TAMBA-TAJÁ, planta de
folhas triangulares, de cor verde escura, trazendo em seu verso uma
outra folha de tamanho reduzido, cujo formato se assemelha ao órgão
genital feminino.
A união das duas folhas simboliza o grande amor existente entre o casal da tribo Macuxi.
O caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo a ela poderes místicos.
Se,
por exemplo, em uma determinada casa a planta crescer viçosa com
folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que
existe muito amor naquela casa. Mas se nas folhas grandes não existirem
as pequeninas, não há amor naquele lar. Também se a planta apresenta
mais de uma folhinha em seu verso, acredita-se então que existe
infidelidade entre o casal.
De qualquer modo, vale a pena cultivar em casa um pezinho de TAMBA-TAJÁ.
O Curupira
O
Caipora é o protetor dos animais e plantas da floresta. Sua atividade
consiste em espantar os animais para que os caçadores não possam
matá-los.
Quando
encontra um caçador no mato, o Caipora começa a andar sem rumo certo
até que o caçador se perca na floresta, não encontrando mais o caminho
de volta para casa.
O Caipora possui o corpo todo coberto de pêlos e é muito rápido, razão pela qual o homem não consegue alcançá-lo.
Anda sempre montado em um porco-do-mato e galopa pela floresta cumprindo sua missão.
Costuma
também, para desnortear os caçadores, emitir um estridente assobio que
causa arrepios de pavor a todos aqueles que o escutam.
Seu nome significa "HABITANTE DO MATO".
Em algumas regiões do Brasil, o Caipora é também conhecido por CURUPIRA.A lenda de Macunaima
O Sol era apaixonado pela Lua, mas nunca se encontravam. Quando o
Sol se punha, era hora da Lua nascer... E assim viveram por milhões e
milhões de anos... Uma enorme montanha, muito alta, repousa no meio dos
imensos campos de Roraima. Em cima, um vale de cristais e um lago de
águas cristalinas, os quais reservam para si os mistérios da natureza.
Um belo dia, o Sol atrasou-se um pouco (eclipse) e o tão ansiado
encontro aconteceu. Seus raios dourados refletiram, juntamente com os
raios prateados da Lua, no lago misterioso... Nesse encontro, Macunaíma
foi concebido! Macunaíma esperto, cheio de magias, teve como berço o
Monte Roraima. Cresceu forte e tornou-se um índio guerreiro; os índios
Macuxi o proclamaram herói da sua tribo. A bravura desse homem não se
mede pelas armas que usou, mede-se pelos feitos que o tempo projectou.
Macunaíma era justiceiro. Havia, próximo à montanha, uma árvore
diferente, misteriosa. A Árvore de Todos os Frutos. Dela nasciam, a
banana, o abacaxi, enfim todas as frutas tropicais. Ninguém podia
apanha-las! Somente Macunaíma colhia os seus frutos dividia-os entre
todos, igualmente. Mas a ambição tomava conta da tribo. Assim, os índios
desobedeceram, mexeram na árvore, arrancando-lhe todos os frutos e
quebrando-lhes os galhos, para plantarem, pois, queriam mais árvores
desse mesmo tipo. A Árvore Sagrada perdeu a sua magia e Macunaíma ficou
furioso! Num gesto de justiça, queimou toda a floresta, petrificou a
árvore e, amaldiçoando todos, ordenou que se fossem embora. Da imensa
floresta verde, restaram apenas cinza e carvão. E, até hoje, em frente
ao Monte Roraima, está a Árvore Sagrada, petrificada. Macunaíma, em
espírito, repousa, tranquilo, no Monte Roraima.
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