O Sol era apaixonado pela Lua, mas nunca se encontravam. Quando o
Sol se punha, era hora da Lua nascer... E assim viveram por milhões e
milhões de anos... Uma enorme montanha, muito alta, repousa no meio dos
imensos campos de Roraima. Em cima, um vale de cristais e um lago de
águas cristalinas, os quais reservam para si os mistérios da natureza.
Um belo dia, o Sol atrasou-se um pouco (eclipse) e o tão ansiado
encontro aconteceu. Seus raios dourados refletiram, juntamente com os
raios prateados da Lua, no lago misterioso... Nesse encontro, Macunaíma
foi concebido! Macunaíma esperto, cheio de magias, teve como berço o
Monte Roraima. Cresceu forte e tornou-se um índio guerreiro; os índios
Macuxi o proclamaram herói da sua tribo. A bravura desse homem não se
mede pelas armas que usou, mede-se pelos feitos que o tempo projectou.
Macunaíma era justiceiro. Havia, próximo à montanha, uma árvore
diferente, misteriosa. A Árvore de Todos os Frutos. Dela nasciam, a
banana, o abacaxi, enfim todas as frutas tropicais. Ninguém podia
apanha-las! Somente Macunaíma colhia os seus frutos dividia-os entre
todos, igualmente. Mas a ambição tomava conta da tribo. Assim, os índios
desobedeceram, mexeram na árvore, arrancando-lhe todos os frutos e
quebrando-lhes os galhos, para plantarem, pois, queriam mais árvores
desse mesmo tipo. A Árvore Sagrada perdeu a sua magia e Macunaíma ficou
furioso! Num gesto de justiça, queimou toda a floresta, petrificou a
árvore e, amaldiçoando todos, ordenou que se fossem embora. Da imensa
floresta verde, restaram apenas cinza e carvão. E, até hoje, em frente
ao Monte Roraima, está a Árvore Sagrada, petrificada. Macunaíma, em
espírito, repousa, tranquilo, no Monte Roraima.
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